Certa vez, fui procurado pela Flávia, aos prantos. Procurei acalmá-la e ouvi-la.
Ela era uma profissional competente e uma líder com muito talento. Vinha crescendo na organização muito rapidamente e todos, sem exceção, viam na Flávia um enorme potencial para chegar no topo.
Um pouco mais calma, ela falou de todo o investimento na formação profissional e do empenho em entregar sempre resultados superiores, além de ter se preparado desde o início da carreira para o exercício da liderança. Ela adorava pessoas!
Porém, desde muito jovem acalentava o sonho de ser mãe. A maternidade para ela era a maior expressão de seu propósito de vida.
Agora, recém-casada, pensava ainda mais nisso. Mesmo sem a pressão da família – segundo ela – a questão da maternidade estava fortemente presente.
O dilema se apresentou para ela como um conflito interno que, aparentemente, precisava de uma decisão.
– Qual a escolha eu devo fazer?
Disse a ela que, talvez, a melhor pergunta não era a respeito de uma escolha.
Fui pelo caminho de que um dilema, por ser uma escolha aparentemente excludente entre duas alternativas, pode gerar, da combinação entre elas, uma terceira via.
Disse a ela que a questão não era conflito entre maternidade X carreira, mas sim equilíbrio.
Certamente, perdas ocorreriam para ambas as situações e seria preciso viver esses dois papéis com sabedoria.
Para além de todos os demais papéis que a mulher representa na vida e que exerce com coragem, força, sabedoria e resultados, ser uma mãe presente e uma profissional diferenciada, é uma das maiores demonstrações de resiliência do ser humano.
Temos muitos exemplos de mulheres que ocupam posições de destaque nas organizações (e que bom que isso está cada vez mais presente!).
São líderes incríveis, que realizam transformações profundas nos negócios e ao mesmo tempo exercem a maternidade com maestria, sendo mães presentes, cuidadoras, educadoras, sustentação da formação dos filhos.
Não posso deixar de citar a importância do pai nesse contexto, que deve ser também protagonista. Já é tempo de divisão de tarefas domésticas, da responsabilidade compartilhada de educação dos filhos, de assumir a “gestão do lar” quando a mulher precisa viajar, estudar e, por que não, descansar dessa rotina extenuante dos dois papéis.
Também as organizações precisam ter na cultura, nas estratégias de gestão de pessoas e nas estruturas, elementos que permitam que a mulher possa exercer plenamente os dois papéis.
Recentemente soube que a Flávia se tornou Diretora Comercial de uma grande empresa e pude ver uma postagem dela numa rede social curtindo momentos felizes com seus dois filhos!
Sei que você pode ser um exemplo do equilíbrio entre maternidade & carreira, ou certamente conhece alguém que tenha lidado com esse dilema.
Por favor, deixe seus comentários! Adoraria saber da sua experiência!
