A ano era 1974. Eu havia completado 12 anos!
Quase todos os dias ia até um pequeno supermercado próximo da casa onde eu nasci e morava com meus pais, para trazer alimentos, produtos de limpeza e outros itens que minha mãe precisava em casa!
Adorava ir naquele lugar! Para além das compras, mas ver o movimento, andar pelos corredores, ver os produtos expostos, conferir os preços (diferentes a cada dia!), sentir o “cheiro” da loja!
O que mais me chamava a atenção era o momento de empacotar as compras em pequenos “sacos” de papel que, para abrir, era preciso um movimento da embalagem de cima para baixo, batendo com força na coxa e num “estourar” o saco se abria!
Adorava aquilo e fazia questão de eu mesmo fazer o movimento e empacotar minha compra!
Voltava feliz para casa esperando o próximo dia de ir ao Apolo 11!
Certo dia, ao entrar na loja, vi uma placa: precisa-se pacoteiro (empacotador nos dias de hoje!).
Procurei o gerente do supermercado, Sr. Ikeda, um simpático japonês, de baixa estatura, um pouco acima do peso e com um sorriso paternal!
Ele já me conhecia e perguntei como poderia trabalhar como pacoteiro!
Depois das explicações iniciais, voltei para casa decidido: ia ser pacoteiro no Apolo 11!
A negociação em casa, com minha mãe e meu pai não foi fácil.
Minha família era humilde, mas nada do essencial – alimentação, vestuário, educação e uns brinquedos em datas especiais – nos faltava!
Por que trabalhar aos 12 anos, perguntou meu pai!
Depois dos argumentos, fiz um acordo com meus pais: ia trabalhar como pacoteiro, no período da tarde após o horário escolar e não poderia prejudicar minhas notas na escola!
Feito!
E lá fomos minha mãe e eu até uma repartição do Ministério do Trabalho para “tirar” a carteira de trabalho!
Sim, naqueles tempos, ao completar 12 anos você poderia ter a CTPS!
Foram alguns meses de intensidade, quando passei por todas as seções da loja: atendimento de cereais a granel, reposição/precificação de mercadorias, limpeza, atendimento no açougue e, no final, operador de caixa!
Aos domingos então era especial: eu era o assistente do Sr. Ikeda (a verdadeira identidade do Sr. Myiagi) na venda de frango assado!
Impossível descrever aqui tudo o que aprendi e o quanto meu primeiro emprego foi determinante para toda a minha carreira profissional!
Bom, gostando tanto assim, você deve estar se perguntando por que fiquei apenas alguns meses?
Fui contratado para um novo desafio profissional!
Mas essa é uma outra história!
E você, como foi sua primeira experiencia profissional?
Conta prá mim aqui nos comentários!
