Em meados da década de 1970, no auge das carreiras dos brasileiros Thomaz Koch, Carlos Kirmayr, Cássio Motta e outros tenistas internacionais, me interessei pelo tênis, com um grupo de amigos. À época, com muita dificuldade, meus pais compraram uma raquete Procópio Davis Cup Júnior e lá fui eu tentar jogar no Pelezão, clube público aqui de São Paulo, junto com os amigos!
Meus pais nunca entenderam direito aquele esporte com uma bolinha pequena e uma tal raquete, mas, como principalmente minha mãe dizia: “melhor lá no Pelezão, do que na rua!”
Passados quase 50 anos (eu ainda tento aprender a jogar tênis!!!!), minha mãe, aos 88 anos, comemorados na semana passada, foi assistir um jogo do “ranking” que disputo na Academia Master Tênis!
Ao vê-la chegar, a galera da academia já intimou: Serjão, hoje você tem que ganhar!! Eu só disse: como ela não entende do jogo, mesmo que eu não ganhe, ela nem vai ficar sabendo!!!
E lá ficou minha mentora atenta durante as quase 2 horas da partida.
Ao final, a pergunta: Filho, ganhaste ou perdeste (ainda num bom sotaque lusitano!)?
Perdi, mãe… (claro, não ia mentir pra minha mentora!).
Ela: Percebi… o outro jogador acertou mais do que tu.
Fiquei pensando nisso. Talvez a melhor aula de tênis que já tive na vida! E de vida também!
Um misto de observação e sabedoria. Mesmo sem conhecer o jogo e suas regras, minha mentora soube fazer a leitura de acertos e erros que definem o vencedor.
Pra mim a lição é: não precisamos de ter todos os conhecimentos e habilidades, mas antes de tudo observar com sabedoria. Basta para liderar e exercer a mentoria de toda uma vida.
E voltando ao início, quem é o mentor de toda a sua vida!?